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| @NTHNFRK |
Nathan Lima é alagoano, mais conhecido como DJ FRE4K idealizador e produtor das festas BOOM, CLUB KRAFT e TUNTZ, ousadia é uma palavra que o define muito bem, um ótimo Dj, criou um novo estilo denominado HIGH N LOW (vai de 122 a 140bpm) que alinha tecnologia, pesquisa e técnica, tem como essência o Techno, sua principal influência, o electro e o offbeat. Vamos acompanhar um pouco do trabalho do grande Fre4k...
1. Como foi o seu envolvimento com a EMUSIC?
Eu frequentava os clubs da cidade e sempre achei cafona o que os DJs de boate gay tocavam, aqueles vocais de rádio horrorosos e aquele tribal house super cafona... me sentia no carnaval de salvador... um pesadelo.E em boates heteros sempre foi música de rádio também.. até hoje não entendo por que as pessoas pagam caro e saem de casa para ouvir o que elas ouvem de graça no rádio...Minha referência de club sempre foi Londrina,tinha o TABOO,club do leigh bowery, onde só entrava montado e o som era pesadíssimo ( e sem um pingo de vocal cafona ), mas esse, infelizmente só conhecí por documentário.E como não tinha nenhum lugar nessa cidade que me agradasse ( como ainda não tem ) quis trazer essa mesma influência fazendo uma festa com essa mesma atmosfera, foi aí que surgiu a BOOM.
2. No início você tocava House, hoje em dia seus sets são de Bpm’s bem mais altos. Qual o motivo da mudança?
Em 2009, fui tocado pela força do techno de verdade ao ver a apresentação da Dj Kammy a.k.a the lady machine na 14 edição da substation em maceió! Foi paixão a primeira vista, como sempre gostei de rock pesado ( Black Sabbath , Cradle Of Filth , Deep Purple , Malefactor e Etc) o peso do techno me agradou bastante... Apesar de não me limitar a um estilo, ainda toco tracks de house de produtores como Tony Liony,FloorPlan,Jerome Sydenham, Robert Hood... Deixei de construir sets de tech house assim que percebí que todo mundo estava tocando esse estilo e como sempre quis estar na vanguarda,desenterrei o bom e velho techno batidão e minhas pistas têm curtido bastante...
3. Aqui em Alagoas é difícil a valorização da EMUSIC, você é um dos nomes que faz a diferença, organiza grandes festas (como a BOOM) e é perceptível que o faz por amor a música eletrônica. O que você acha que falta aqui pra cena da EMUSIC se expandir no nosso estado?
Nesses dois anos de DJing e produção, percebí que por trás de todo proprietário de casa noturna existe um grande idiota.Digo isso por que conheço todos e nenhum deles visa criar um legado e nem um cena realmente... só querem lucrar, lucrar, lucrar e terminam no forró ou no cover de banda de rock cafona... Isso quando não fecham as portas...O que falta também é que alguns DJs sejam mais arrogantes e deixem de tocar por 30 reais em certos lugares... Enquanto isso continuar acontecendo a música eletrônica vai continuar sendo desvalorizada na terra do marasmo...
4. No seu conceito, o que um DJ deve ter/fazer para honrar o titulo?
Ter identidade,ser inovador,ter sensibilidade,não tocar por 30 Reais,Pesquisar, pesquisar e pesquisar...Não tocar com música de 4shared,comprar músicas nas lojas virtuais,investir em set up,treinar bem as mixagens e saber tocar tanto com vinil quanto com cd.
5. Quando você organiza as festas, onde ou em quê se inspira?
Uma grande influência para mim certamente é o DJ Bacana a.k.a Adriano Suares, ele sempre falou o que pensou, sempre também foi polêmico e deixou um grande legado para a música eletrônica aqui... Não conheço nenhuma festa que tenha durado 14 anos e que ainda deixe tantas saudades quanto a SUBSTATION.
Outra grande influência são os novos produtores de eventos de nossa cidade, aprendí bastante ao tocar/dividir a produção com eles...
6. Quais são suas influências?
Atualmente meus sets vão do introspectivo ao eufórico, minhas pricipais influências estão entre o acid house, o electro , o off beat e o techno , com as produções de ; Tony Liony,Silent Servant,Surgeon,Robert Hood,BOSS,Joey Beltram,Loktibrada,Ben Sims,Reeko, etc... E a influência de mixagem dos DJs 3000, T-1000, KAMMY , Kirk Degiorgio e Jeff Mills.
7. Vejo muitos “Djs” de fachada por aí à fora, aqueles que tem conhecimento ou muita grana e acham que podem tudo, que muitas vezes não sabem nem fazer um mix digno. Sei que você é ótimo critico, o quem tem a dizer sobre isso?
Poderia gongar pencas quem faz isso, mas resumo tudo em uma frase: Pior do que mentir para os outros é mentir para sí mesmo.
8. Projetos a vista? Fale um pouco sobre eles.
Tô estudando produção musical... pretendo lançar um projeto a 3 decks ( dois toca discos e o meu iPad ) aliando tecnologia e tradição em busca de novas sonoridades, experimentar sempre!
9. Qual a melhor festa que você fez e por quê?
Acho que a primeira BOOM, em 2009, pela minha inexperiência em produzir ,em tocar e em lidar com certas situações, eu não tinha nenhuma fonte de renda para arcar com qualquer prejuizo que ocorresse, não tinha noção nenhuma de mixagem e de produção e mesmo assim a festa foi um sucesso e quem foi nela nunca mais deixou de ir na BOOM.Hoje conto com o apoio de grandes amigos e parceiros,Neto Amorim,Pedro Middori e Ygor Moët, para a produção dos eventos e dessa parceria tem saído muito aprendizado mútuo e festas ótimas, quem não se lembra da BOOM desse ano?
10. Um lugar que você tocou e não quis parar mais?
São tantas... a mais recente foi na Club Kraft, quando calei a boca de muita gente desacreditada e provei que o techno cabe em club! A pista estava bem enérgica... meu set estava a 140 bpm e todo mundo gritava, pulava... foi inesquecível...
11. Aos amantes do Techno, o seu recado.
O techno feito na última década além de ser devagar demais e sem graça nada mais é do que uma modinha, o minimal techno está perdendo a força e o bom e velho techno batidão está voltando com tudo e todo mundo que era do minimal e do house de elevador vai voltar a tocar ele... Aguardem e confiram...
12. Você se sente realizado como Dj/Promoter?
Não e no dia que eu tiver realizado é melhor eu me aposentar... O ser humano é um eterno insatisfeito e é nisso que eu me baseio para dar sempre o melhor de mim.
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